sábado, 10 de outubro de 2009

Rio 2016: Política pública de inclusão ou fracasso total


RIO 2016: POLÍTICA PÚBLICA DE INCLUSÃO OU FRACASSO TOTAL

A lógica do Estado mínimo, essência do neoliberalismo caiu totalmente em descrédito, economistas apavorados são obrigados a recolocar novamente o papel fundamental do capital estatal para que o sistema erga-se da crise econômica e política que foi sentida mundialmente. Parece que o cadáver do Estado do Bem Estar Social não consegue descansar em paz, pois além de demonstrar que sua negação foi um grande equívoco para o capitalismo, atualmente esta sendo objeto de grandes debates para que seja reerguido em parte.
O que incomoda de imediato os direitistas e provoca aberta indignação ao cidadão brasileiro em geral, é a existência de um lobby quadrilheiro instalada no Estado, e a fúria com que os contratos das obras públicas são superfaturados, seja por meio das propinas, aditivos repentinos que corrigem os valores para mais, mimos materializados em dinheiro ou bens materiais. Tudo vale, para que o recurso público seja desviado, empregos por atos secretos, empresas terceirizadas prestadoras de serviços ao governo cujos donos são políticos.
Mas esta não é de fato uma questão somente da falta de maior rigor nos tramites com o dinheiro público, pois se assim o fosse, todo e qualquer controle burocrático seria suficiente para diminuir ou estancar o desvio de verba pública. Parece que o problema é de entendimento político do que sejam de fato “políticas públicas” voltadas à população brasileira.
O Estado brasileiro historicamente segundo as elites governantes sempre demonstraram uma forte característica de se preparar para receber o estrangeiro, isto é, ser hospitaleiro com o estrangeiro e nunca para o povo brasileiro em sua dimensão de estratificação. A elite governa para seus pares na mundialização do Capital e determina uma política pública para a classe dominante que exclui as outras classes.
Por essa falta de compromisso do Estado para com povo, presenciamos que grande parte das obras que serviram aos Jogos Pan-Americanos de 2007 está abandonada ou foram entregue a iniciativa privada que faz uso privativo do equipamento público. O Estádio João Havelange aos cuidados do Botafogo possui a melhor pista de atletismo da América Latina, mas não esta sendo usado e os atletas não têm onde treinar. O autódromo de Jacarepaguá esta abandonado, o Parque Aquático Maria Lenk se tornou um foco transmissor do mosquito da dengue, o velódromo uns dos mais modernos do mundo é pouco usado e possui uma manutenção que vem comprometendo sua pista, na Vila Olímpica só 10% dos apartamentos está ocupada.
Em razão das políticas públicas estarem direcionadas somente as classes dominantes nacionais e estrangeiras e, portanto não responderem à população em geral, e o Estado possuir interesses combinados com o trade para acumulação rápida da mais-valia. Entendemos que de fato se o governo, não elaborar Políticas Públicas efetivas de inclusão, ou seja, políticas que contemplem as diferentes classes sociais com programas formais (carga horária igual ou equivalente ao ensino regular) de incentivo ao mundo do esporte desde o primeiro grau com apoio à alimentação acompanhado de uma bolsa esporte que dê suporte as famílias. Nada mudará nesse país o Rio será desmoralizado o Brasil decapitado do mundo dos emergentes.
Os equipamentos esportivos do Pan como os da olimpíada terão seu destino traçados pelo abandono com sério prejuízo político, social e econômico para o povo brasileiro e uma desmoralização do país perante o mundo.
Cansamos de denunciar como o Estado brasileiro se apresenta hoje descompromissado com as classes populares, não consegue desenvolver Políticas Públicas eficientes e voltadas para a população brasileira, pois o interesse do capitalismo é pelo retorno quantitativo da acumulação de Capital.
Vejamos o caso da Política Nacional de Turismo - PNT- totalmente direcionada para atender o turista estrangeiro ou de alto poder aquisitivo, poderíamos perguntar:
1. Qual é a fonte dos recursos que pagam o salário dos vinte quatro diretores que compõem a Estrutura administrativa do Conventions Visitours Bureaux? Obviamente o Ministério de turismo.
Os Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) são unidades avançadas de promoção, marketing e apoio à comercialização de produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no mercado internacional. Têm como principal atribuição promover e divulgar o turismo brasileiro nestes mercados, oferecendo alternativas que possam contribuir para a consolidação da imagem do país como um destino turístico atraente e competitivo. Qual é fonte dos recursos para a manutenção dos nove EBTs? Obviamente do Ministério do turismo.
Como sabemos, pois o próprio trade denúncia o fracasso dos programas de turismo destinados ao turista brasileiro;
• Viaje Mais Melhor Idade, esta suspenso.
• Viaja Mais Jovem, só ficou na etapa experimental.
Como podemos confiar num Estado que planeja encima do emergencial do acaso, combinado com o interesse simplesmente economicista, longe da perspectiva de inclusão social. Na verdade sem políticas públicas voltadas as classes populares, sem a participação do povo nas decisões locais, estaduais e federais, o Brasil não poderá ser um país de todos, mas sim de alguns.

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